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Protestos contra alta de preços deixam ao menos seis mortos em Moçambique
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Ao menos seis pessoas morreram e outras 37 ficaram feridas durante protestos em contra a alta dos preços em Maputo, capital do país africano de Moçambique. De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), o país registra altos índices de inflação.
Uma fonte de uma das emissoras públicas de televisão, que pediu para não ser identificada, disse que havia "recebido ordens" de não cobrir as manifestações e incidentes ocorridos em Maputo e assinalou que, embora não tenham divulgado nenhuma informação, têm "contabilizados ao menos seis mortos".
O protesto foi convocado por meio de mensagens de celulares e nesta manhã grupos de manifestantes interromperam estradas de acesso à capital moçambicana e diversas ruas da cidade com barricadas, veículos atravessados no meio das vias e pneus incendiados, o que deixou Maputo incomunicável.
Os manifestantes lançaram pedras e outros objetos contra as unidades da Polícia, que dispararam contra os manifestantes, segundo disseram diversas testemunhas.
Um médico de um hospital de Maputo informou à "E-TV" que duas crianças haviam morrido em consequência dos ferimentos causados por tiros e outras 37 foram atendidas nesse centro com lesões causadas nos protestos.
Os manifestantes atravessaram em algumas ruas veículos do serviço público e alguns carros privados aos quais atearam fogo.
Inúmeras unidades da polícia local estão nas ruas desde as primeiras horas da manhã e muitas pessoas não saíram de suas casas, nem devem ir ao trabalho diante do temor de possíveis incidentes.
Os protestos se devem ao forte reajuste dos preços, especialmente do pão, um produto essencial na dieta local, além da eletricidade, dos combustíveis e da água, devido ao fortalecimento do dólar sobre a moeda local, o metical.
PARALISAÇÕES
Nesta quarta-feira, os canais de televisão privados mostraram imagens da cidade paralisada, com os serviços públicos, o comércio e as escolas fechadas.
Os voos no aeroporto de Maputo --domésticos e internacionais-- foram suspensos, informou uma fonte da torre de controle.
A fonte revelou que o voo da companhia portuguesa TAP, o único que une Maputo à Europa, foi cancelado devido ao fato da tripulação da aeronave e muitos passageiros não terem conseguido chegar ao aeroporto devido à dificuldade de circulação.
Na semana passada, alguns antigos combatentes da guerra civil que assolou o país após a independência de Portugal ameaçaram na imprensa convocar um protesto nacional contra a alta dos preços e pedindo tratamento digno, pois recebem uma pensão que não chega aos US$ 30 por mês.
Há dois anos ocorreu em Moçambique um forte protesto devido à alta do preço dos combustíveis que acabou com ao menos seis mortos e que obrigou ao governo a reduzir o preço dos produtos energéticos.
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